Blog

Sistema imunitário e a alimentação

 

Qual a relação do sistema imunitário com a alimentação?

 

Este artigo, é lançado num momento em que o conceito de “sistema imunitário” tem uma atenção especial da nossa parte. O nosso sistema imunitário é o nosso sistema de defesa. Pode ser influenciado por fatores genéticos, ambientais, estilo de vida, nutrição ou ainda pela interação entre esses fatores. A maturação do sistema imunitário, parece ocorrer na adolescência e na idade adulta, mas mais uma vez, mesmo nesta faixa etária há considerações a fazer sobre os hábitos de vida.

 

  Uma dieta pobre nutricionalmente, combinada com um estilo de vida sedentário contribui não só para um quadro de obesidade, como para uma resposta imune comprometida. Sabe-se que o consumo inadequado de macro e micronutrientes, podem comprometer as funções do sistema imunitário e nesse sentido, uma alimentação equilibrada e adequada às nossas necessidades, contribui para a manutenção de uma boa resposta imune. 

 

As necessidades energéticas e de micronutrientes variam ao longo do ciclo vital e dependem da fase de desenvolvimento do indivíduo. Esta é mais uma razão que justifica um acompanhamento nutricional adequado e personalizado.

 

Alguns micronutrientes em particular, destacam-se pela sua importância para uma imunocompetência otimizada, os quais são apresentados na lista abaixo:

 

– Vitamina A, encontrada em maior quantidade em alimentos como o fígado animal e o óleo de fígado de bacalhau.

 

– A vitamina C, encontrada por exemplo, no kiwi, na laranja, nos brócolos, no limão e na couve de bruxelas, parece ter um papel na diminuição dos sintomas e no tempo de duração, de uma constipação. 

 

– A vitamina B6, encontrada em cereais como flocos de trigo e arroz enriquecidos com vitaminas, cálcio e ferro, flocos de trigo tipo “All Bran” ou gérmen de trigo.

 

–  A vitamina B12, encontrada, por exemplo, nas vísceras (como o fígado animal), carne, peixe (em particular cavala e sardinha) e ovos. Esta pode ser uma vitamina deficitária num estilo alimentar vegetariano, merecendo especial atenção, relativamente á sua suplementação.

 

– O ferro, que encontramos nas vísceras, na carne (carne vermelha, peito de frango), no feijão, nas lentilhas, na soja, entre outros. A absorção de ferro pode ser potenciada, quando acompanhado por uma fonte de vitamina C, pelo que poderá ser interessante fazer esta conjugação. 

 

– O selénio, que pode ser encontrado na castanha do Brasil, no peixe (como o atum e o salmão), na carne, nos lacticínios, nas lentilhas, na banana, entre outros.

 

– O ácido fólico, o qual ouvimos falar particularmente nas mulheres em fase pré-gestacional e nas grávidas, tem também um papel importante no sistema imunitário. As suas melhores fontes são agrião, gérmen de trigo, grão de bico, espinafres, feijão vermelho, entre outros.

 

– A Vitamina D, desempenha vários papeis de extrema importância no nosso organismo e parece que pode ter um papel importante na diminuição de infeções agudas do trato respiratório quando suplementada, se existir um défice prévio. Ou seja, não se verifica nenhum benefício quando suplementada em indivíduos, com valores adequados de vitamina D. A exposição solar é essencial para haver síntese cutânea de Vitamina D, sendo menos abundante nos alimentos. 

 

É muito importante perceber alguns conceitos fundamentais no que diz respeito ao sistema imune. Por exemplo, para prevenir um contágio, as medidas de higiene e comportamento, recomendadas pela DGS, são a principal e a única ferramenta que temos. Ou seja, nenhum alimento tem a capacidade de prevenir um contágio. Uma vez infetados, a resposta do nosso organismo vai depender da ação do nosso sistema imunitário. Sabendo nós, que pode haver alguma influência do nosso estilo de vida na otimização da resposta imune, o ideal será adotarmos hábitos que tenham um impacto positivo na mesma. 

 

A adoção de uma alimentação variada e equilibrada, privilegiando alimentos como os que foram acima citados, é sem dúvida uma das medidas que estão ao nosso alcance e como tal, faz todo o sentido apostar neste consumo. 

 

Maggini, S., Pierre, A., & Calder, P. C. (2018). Immune function and micronutrient requirements change over the life course. Nutrients, 10(10), 1531.

 

No Comments
Add Comment

Segue-nos nas redes sociais