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Dietas restritivas? Claro que não!

Quando ouvimos falar em “dieta” quase que sustemos a respiração tal é a conotação negativa que está associada a esta palavra. Muito possivelmente se tivéssemos de fazer uma descrição deste contexto alimentar iríamos escolher palavras como dificuldade e sacrifício para a caracterizar. A verdade é que a dieta propriamente dita restringia alguns alimentos porque estava associada à doença em que a alimentação está mais ou menos  condicionada consoante a patologia, o problema surge quando a conotação de dieta sai do contexto hospitalar e se dissemina pelo exterior.
Perante esta má interpretação de conceitos urge a necessidade de fazer a distinção entre dieta e plano alimentar.

O plano alimentar, como o próprio nome indica, requer um planeamento, uma organização, uma estrutura. A sua conotação mais suave já não remete para restrições, já não traz à memória o tal sacrifício e exigência alimentar. O objetivo do plano alimentar é sempre preservar os gostos pessoais, a estrutura cultural e religiosa dos nossos clientes, assim como crenças e preferências. Geralmente, quando o próprio padrão alimentar dos nossos clientes já é minimamente estruturado e alinhado com o objetivo tentamos sempre manter essa base e, paralelamente a isso indicar as quantidades essenciais e mais algumas opções de forma a variar as refeições na semana.

A alteração de rotina não é uma situação leviana, muito menos a rotina alimentar, como somos seres de hábitos por vezes mantemos a alimentação durante anos, sentimo-nos confortáveis com o que comemos e alterações bruscas podem interferir, inclusive, com o nosso bem-estar. Desta forma, sempre que possível, mantemos a estrutura alimentar, desde que alinhados com o objetivo mantemos também os alimentos já habitualmente usados e bem conhecidos. Mas então se mantemos a estrutura alimentar e os alimentos habituais o que é que fazemos de diferente? Esta é a questão que possivelmente estará a pairar neste momento!

Em relação à alimentação, de forma muito geral, há duas situações que podem estar a acontecer para não estar a atingir objetivos: a qualidade alimentar não é a mais indicada a tal ou a quantidade de alimentos ingerida está desajustada. É aqui que nós intervimos! A quantidade de alimentos ingeridos é fundamental tanto para aumento de massa muscular como perda de massa gorda, é essencial ter conhecimento do balanço energético que é feito caso contrário perdemos a noção do que está a acontecer e dos passos seguintes.

A qualidade alimentar vai permitir fornecer ao organismo todos os nutrientes essenciais ao seu bom funcionamento quer a nível metabólico quer a nível hormonal, esta questão é fundamental para evitar, por exemplo, a sensação de fome que sempre associamos (de forma errada) ao processo de emagrecimento, entre outras situações como potenciar a síntese proteica no processo de aumento de massa magra. Esta é sempre a base do trabalho alimentar, parece simples quando exposto desta forma mas na prática, adequado individualmente a cada pessoa, a cada organismo, a cada rotina acaba por ser bastante específico. A nível de gestão das refeições também se torna muito prático o uso do plano alimentar já que é possível planear com antecedência as refeições, as próprias compras e organizar o dia para que haja o mínimo de imprevistos possível.

Quem já está um pouco “à vontade” no mundo do fitness com certeza que já ouviu falar da “contagem de macros” como método para alteração da composição corporal e com certeza até conhece aplicações que se dedicam a este assunto. A parte difícil não é calcular os macronutrientes (ou “as macros” como vulgarmente se diz), a parte difícil é transformar essas macros em alimentos reais, de boa qualidade nutricional, ao gosto do nosso cliente, adequadas ao objetivo, tendo em vista o impacto hormonal, e que ao mesmo tempo supram as necessidades em micronutrientes.

É nesta fase que a magia acontece! Para quem não tem o mínimo de conhecimento na área da nutrição este tipo de dietas pode representar um perigo para a saúde, no sentido em que poderá haver défices nutricionais. Este é um dos motivos pelos quais não incentivamos o uso de aplicações mas o principal motivo é apenas o facto de contarmos com nutricionistas na nossa equipa com formação superior que os permite fazer todo este trabalho de forma credível e com base científica.

Este tipo de dieta apenas faz sentido quando já houve uma educação alimentar de base, o cliente já possui uma boa estrutura e comportamento alimentar e possui as ferramentas necessárias para escolher os alimentos adequados a cada situação.

Hoje em dia a necessidade de intervir a nível alimentar não está apenas relacionada com a doença mas também com os próprios estilos de vida do tempo moderno. Enquanto que a dieta se direciona mais para o estado patológico, o plano alimentar adequa-se a todas as pessoas que pretendam melhorar a composição corporal ou manter a saúde. Apesar de não ter a conotação restritiva da dieta o plano alimentar pode parecer algo limitativo e de forma a contrariar esta crença incluímos sempre várias opções diferentes dentro da mesmo refeição e ainda estamos sempre recetivos a sugestões diferentes por parte dos nossos clientes.

O conteúdo deste artigo é de carácter informativo e não deve ser interpretado como aconselhamento profissional. As opiniões contidas não devem ser usadas para diagnóstico e/ou tratamento de problemas de saúde. É sempre imperativo o aconselhamento com profissionais de saúde antes de aplicar qualquer medida.

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