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Como dar sabor aos alimentos

Com todas tarefas que temos para fazer no dia-a-dia torna-se muito fácil cair na rotina e muitas vezes a alimentação também passa a ser uma rotina, por ser o mais prático, por ser o mais ”rápido” ou até por não nos ocorrer outra forma de cozinhar os mesmos alimentos. As pessoas que nunca tiveram uma alimentação estruturada ou que nunca se aventuraram muito na cozinha têm a ideia errada de que uma alimentação cuidada é monótona e sem sabor, que se rege apenas por alimentos grelhados ou cozidos e que as opções são extremamente restritas.  Na realidade os mesmos alimentos podem dar origem a refeições muito diferentes e com sabores completamente diferentes, o segredo está na forma como os confeccionamos e como os temperamos.    

 

Em Portugal abundam especiarias e ervas aromáticas, tendo em conta o enquadramento histórico, o que esse torna uma grande vantagem no momento de agradar ao paladar. A utilização de especiarias e ervas aromáticas na comida faz com que não seja necessário usar tanto o sal ao mesmo tempo que acrescenta sabor à refeição e realçam os alimentos. O uso de especiarias e ervas aromáticas já remonta às antigas culturas que as usavam essencialmente como “medicamentos” e óleos. Como forma de distinção entre estes dois conceitos podemos assumir ervas aromáticas como sendo as folhas da planta enquanto que as especiarias podem ser raízes, cascas, rebentos, sementes, frutos ou talos. Mediante o alimento que estamos a usar e até mesmo o método culinário que vamos escolher há condimentos mais e menos adequados, no entanto o gosto pessoal tem aqui o papel principal. 

 

Para Assar podemos usar carnes, peixes, batatas, legumes e vegetais, tofu e seitan. No caso da carne, peixe, tofu e seitan podemos colocar o tempero de véspera caso queiramos que o sabor seja mais intenso, desta forma podemos usar sal, alho e gengibre (inteiros ou em pó) e ervas como alecrim, louro ou salsa de acordo com o gosto pessoal. Podemos ainda adicionar especiarias como pimentão doce, malagueta, pimentas ou até noz moscada para sabores mais picantes. 

 

Se preferirmos grelhados podemos também optar por carnes, peixes, seitan, tofu, ovos e alguns legumes (como berinjela, courgette, pimento, cebola, tomate). No caso da carne, peixe, tofu e seitan podemos colocar o tempero um pouco antes de grelhar caso queiramos que o sabor seja mais intenso, desta forma podemos usar citrinos como o limão ou vinagres para um sabor mais ácido, alho e gengibre (inteiros ou em pó), sal e ervas como alecrim, orégãos ou salsa. Nos legumes podemos usar gengibre em pó, alho em pó, cominhos, pimenta e até noz moscada enquanto estamos a grelhar.

 

Os salteados são sempre boas opções e apesar de associarmos mais aos legumes e vegetais também podemos usar para o salmão e atum fresco. As ervas aromáticas costumam ser as mais eleitas para este tipo de método de confecção e aqui dependerá muito do gosto pessoal. Para um sabor mais marcado podemos usar alho, orégãos, coentros e especiarias como pimenta, malagueta, cominhos e gengibre. Para um sabor mais suave e tirarmos partido do sabor do próprio alimento podemos usar manjericão, hortelã-pimenta, cebolinho e salsa. No final para “refrescar” podemos adicionar sumo de limão ou vinagres a gosto. 

 

Se optarmos por estufados as especiarias poderão ser uma opção muito mais recorrente para dar sabor às carnes, pescado, tofu, seitan e/ou batatas. Neste contexto conseguimos sabores mais exóticos ao usarmos açafrão ou caril e até o cardamomo que ligam muito bem com a carne. Para sabores menos intensos e característicos do oriente podemos usar o pimentão doce, que vai também contribuir para a cor do prato, as pimentas, a malagueta, o anis, a paprika e os grãos de mostarda.  

 

Os cozidos são métodos culinários menos apreciados e muitas vezes pela ideia do carecer de sabor, no entanto se soubermos contornar esta condições poderão ser opções bastante viáveis. Usualmente usamos este método de confecção para arroz, massas, batata, carne, pescado e ovos e legumes e vegetais. Se à água de cozedura de um peixe (por exemplo) adicionarmos dentes de alho e uma folha de louro temos um sabor já intenso e diferente do sabor original do alimento em si. Podemos ainda utilizar a pimenta e a malagueta para um sabor mais picante e o anis e a noz moscada para sabores mais exóticos. Falando em sabor exótico também é bastante viável utilizar caril ou açafrão no arroz, massas e batatas para obter refeições diferentes com os mesmos alimentos. 

Pegando agora num exemplo prático: com um peito de frango conseguimos ter diversas refeições diferentes. Podemos assar temperado com sumo de limão, sal, pimenta de caiena e alho. Se optarmos por estufar podemos aproveitar para fazer um caril de frango, se optarmos por grelhar podemos temperar com vinagre, pimentão doce, sal, alho, gengibre e salsa. Para cozer podemos colocar um dente de alho, folha de louro, pimenta, sal e cominhos. Com o mesmo alimento conseguimos fazer quatro refeições diferentes não só no método de confecção, mas muito diferentes também em sabor. 

Desta forma quando seguimos uma alimentação equilibrada conseguimos fazer escolhas saudáveis e económicas, reaproveitar os alimentos e obter refeições igualmente saborosas. 

 

O conteúdo deste artigo é de carácter informativo e não deve ser interpretado como aconselhamento profissional. As opiniões contidas não devem ser usadas para diagnóstico e/ou tratamento de problemas de saúde. É sempre imperativo o aconselhamento com profissionais de saúde antes de aplicar qualquer medida.

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