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Balanças de Bioimpedância

Em qualquer local onde pretendem avaliar o peso corporal e composição corporal, seja consulta e nutrição, enfermaria ou ginásio, é muito comum fazê-lo através de uma pesagem na balança, aliás para a grande maioria das pessoas seria muito estranho, e possivelmente inválido, entrar num consultório de nutrição e não ver uma balança! Existem diversos equipamentos diferentes, mas aqueles que “enchem” os nossos olhos são os mais complexos que nos dão diversas informações sobre o nosso corpo, também conhecidas como balanças digitais de bioimpedância. 

As balanças de análise de bioimpedância funcionam de forma muito peculiar, geralmente têm, no mínimo, dois elétrodos que enviam corrente elétrica através do corpo, esta corrente é muito fraca pelo que não se sente nada, numa situação normal, ao fazer a medição (Lukaski HC, Siders WA, 2003). A resistência que esta corrente vai encontrar à sua passagem é que vai permitir “distinguir” os componentes corporais, mediante a sua maior ou menor impedância, já que os diferentes tecidos apresentam diferente resistência à corrente elétrica. Os tecidos magros, como têm uma grande quantidade de água e eletrólitos mostram uma baixa resistência à passagem da corrente elétrica, enquanto que a massa gorda, o osso e a pele mostram uma maior resistência à passagem da corrente elétrica (Kyle UG, Bosaeus I, Lorenzo AD, et al., 2004.  Quanto maior a quantidade de água presente no tecido mais facilmente a corrente elétrica irá passar e menor será a impedância.

Os resultados que se obtém através da análise de bioimpedância podem ser afetados por várias condições e para que haja uma maior fiabilidade deste método há alguns procedimentos que é necessário garantir. Em primeiro lugar é necessário calibrar regularmente o aparelho e manter os elétrodos protegidos. No momento da avaliação é necessário garantir que o individuo está em jejum há pelo menos 4h; que não tenha havido atividade física, uso de sauna ou consumo de álcool, pelo menos, nas últimas 8 horas; a bexiga deve estar vazia antes da avaliação; a temperatura ambiente deve estar a rondar os 22ºC; a pele deve estar e ser limpa e sem lesões quando entra em contacto com os elétrodos; deve haver especial atenção com mulheres e a fase de ciclo menstrual em que se encontram, assim como as características dessa fase na medida em que pode haver maior retenção hídrica; o individuo deve estar num estado de hidratação, ou seja níveis adequados de água no organismo (Kushner RF, Gudivaka R, Schoeller DA, 1996).

Para além de todos estes fatores que podem limitar a fiabilidade da medição existem ainda outros relacionados com o próprio aparelho que podem vir somar ainda mais para a imprecisão deste método de avaliação da composição corporal. 

Quando a nossa balança apenas tem elétrodos que contactam os pés, com as regiões plantares, a corrente elétrica apenas passa pelos pés, pernas e região pélvica desconsiderando o tronco e os membros superiores na sua medição, isso pode resultar numa avaliação bastante deficitária da composição corporal já que os dados apresentados relativamente à composição corporal apenas comtemplam as regiões medidas. Neste caso pode também haver a superestimação da proporção de água caso o individuo apresente edema ou simplesmente caso a bexiga esteja cheia (Dittmar M. 2004). 

As equações preditivas usadas para estimar a composição corporal através da bioimpedância variam conforme o aparelho e apenas estão validades na população de origem pelo que têm de ser adaptadas para que especificamente se adequem às características do indivíduo em questão dado que diferença étnicas e de composição corporal entre as populações pode enviesar os resultados. O uso destas balanças para avaliar a composição corporal tem sido bastante controverso principalmente em condições onde há alteração do estado de hidratação. Se houver, na altura da medição, um estado de hiperhidratação o valor de massa magra corporal pode ser superestimado e o valor de massa gorda, em consequência, subestimado (Rezende F, Rosado L, Franceschini S, et al., 2007. 

As balanças de bioimpedância são bastante atrativas pela informação que disponibilizam e pela facilidade de uso, no entanto é necessário estar consciente de que a fiabilidade destes aparelhos relativamente à avaliação da composição corporal pode, muito facilmente, estar comprometida dada a exigência do aparelho para que a medição seja feita da forma mais correta. Existem requisitos que muitas vezes não nos é possível cumprir nem garantir e dessa forma temos de saber interpretar os resultados obtidos tendo em conta o contexto de cada avaliação. A análise de bioimpedância pode ser bastante útil, ainda assim o mais adequado será, sempre que possível, complementar a avaliação e análise com outros métodos, como por exemplo medição de pregas cutâneas e perímetros, métodos que, apesar de terem as suas limitações, parecem exigir menos requisitos e condições para uma avaliação mais fiável. 

A forma como nós avaliamos os nossos resultados é bastante peculiar e parece haver uma tendência geral para valorizar muito mais aquilo que um aparelho eletrónico nos dá do que aquilo que realmente sentimos e que vemos ao espelho. É bastante comum vermos resultados excelentes numa pessoa, a própria vai referindo que se sente “mais leve”, mais ágil, com melhoria significativa do sono e da performance, com um corpo muito mais bonito e que lhe agrada muito mais ver ao espelho, indicadores como a roupa a ficar mais larga ou até que roupa parada em casa porque não servia e começa a servir (isto associado a um processo de perda de massa gorda), tudo indicadores de um progresso muito bom que passa a ser totalmente inválido (para a própria pessoa) apenas porque um número que um aparelho eletrónico mostra não corresponde às expectativas. Mas parece-me este tema poderá fazer mais sentido desenvolver num próximo artigo. 

O conteúdo deste artigo é de caracter informativo e não deve ser interpretado como aconselhamento profissional. As opiniões contidas não devem ser usadas para diagnóstico e/ou tratamento de problemas de saúde. É sempre imperativo o aconselhamento com profissionais de saúde antes de aplicar qualquer dieta ou regime alimentar.

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