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Fruta, amiga ou inimiga?

No nosso país a fruta desde sempre teve uma presença muito forte quando falamos de alimentação. A nossa localização geográfica faz com que tenhamos um clima bastante propício à variedade de frutas que cá são produzidas, desta forma, e por ser relativamente de fácil acesso, estes alimentos sempre se destacaram na alimentação portuguesa. Apesar de reunirmos algumas vantagens no que toca às condições meteorológicas e variedade de frutas o consumo parece ainda ser deficitário. Segundo o Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física (IAN-AF, 2017) a população portuguesa consome menos 6% do que o recomendado, em comparação com as recomendações da Roda da Alimentação Mediterrânica, as crianças e os adolescentes são os grupos populacionais com maior inadequação. 

A composição nutricional da fruta atribui-lhe características muito interessantes e importantes no suprimento das necessidades nutricionai. Na sua composição podemos encontrar hidratos de carbono simples, como a frutose, e estes são os principais responsáveis pelo seu valor energético, de forma geral. Uma das grandes riquezas da fruta é o seu teor em água, cerca de 80% do alimento (em média) é constituído por água contribuindo assim, e também, como fonte de hidratação, para além disso a grande maioria das frutas apresenta um baixo teor de gordura e proteína, e neste contexto excetuamos o abacate e o coco seco. O nutriente de grande destaque na fruta e que a torna particularmente especial é a fibra solúvel. Este nutriente faz com que a absorção da fruta possa ser mais lenta e então permitir uma melhor regulação da glicemia sanguínea. Para além de serem uma importante fonte de hidratos de carbono, fibra solúvel e água são ainda uma importante fonte de micronutrientes, vitaminas e minerais, fundamentais para a regulação do nosso organismo. O teor tanto em micronutrientes como em macronutrientes varia com o tipo de fruta, sendo que temos frutas mais ricas em determinados nutrientes do que outras, daí a importância de variar as fontes de fruta ao longo do dia.

Os benefícios do consumo de fruta são imensos e com certeza que pelo menos um benefício conseguimos todos apontar dada a vasta lista associada, desde prevenção de determinados tipos de cancro, prevenção de doenças cardiovasculares e demências até à prevenção da obesidade. Apesar de tudo o que se sabe, nos últimos anos, a fruta tem vindo a ter uma conotação negativa, principalmente quando falamos em perda de peso. Esta conotação deriva sobretudo do teor de frutose (hidratos de carbono) e da tendência de uma pessoa que pretende perder peso em reduzir as fontes de hidratos de carbono simples uma vez que estão associados a um índice glicémico mais elevado e a uma maior desregulação glicémica. Como vimos anteriormente a fruta não é apenas e só constituída por frutose deste modo, apesar de ser uma fonte de hidratos de carbono simples a velocidade de absorção é baixa e com menor impacto na variação glicémia. Para além de serem alimentos de baixa densidade energética (por porção) são bastante saciantes e ricos em micronutrientes.

Em que situações é que a fruta pode de facto ser o vilão? Quando o objetivo é a perda ou manutenção de peso e o seu consumo provoca um excedente calórico. Apesar de ser um alimento muito interessante do ponto de vista nutricional e de baixa densidade energética é necessário conhecer muito bem as necessidades energéticas e nutricionais individuais para que o consumo seja adequado tal como com qualquer alimento.

O conteúdo deste artigo é de caracter informativo e não deve ser interpretado como aconselhamento profissional. As opiniões contidas não devem ser usadas para diagnóstico e/ou tratamento de problemas de saúde. É sempre imperativo o aconselhamento com profissionais de saúde antes de aplicar qualquer dieta ou regime alimentar. 

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